A Profecia dos Dois Lobos
Publicado em 2025 • 496 páginas
A Profecia dos Dois Lobos é o primeiro volume das Crónicas de Naznir, uma história repleta de coragem, descoberta, escolhas e sacrifício, onde a magia fervilha na ponta dos dedos dos herdeiros do Trapaceiro.
Numa terra onde os feiticeiros são perseguidos e purificados pelo fogo para devolver o poder a Aesther, a Deusa Enganada, Kathryn, uma jovem cuja mente fervilha de sonhos e anseios por uma aventura grandiosa, luta pelo direito de poder fazer as suas escolhas.
O seu destino é abruptamente alterado quando se vê prisioneira de um mestre feiticeiro num castelo deserto. Com o passar do tempo, Kathryn dá por si cada vez mais apaixonada, quer pelo mundo que lhe é desvendado, onde os feiticeiros tentam sobreviver a uma religião implacável e cruel, quer pelo castelo onde agora vive e pelo que, ou quem, este encerra.
Tudo parece piorar quando descobre que uma terrível profecia paira sobre o jovem feiticeiro cujo olhar, cheio de sombras e mistério, não lhe sai do pensamento nem do coração. Kathryn está decidida a não deixar que a profecia se realize mas o que poderá uma rapariga, sem qualquer magia, fazer, quando todos parecem mais fortes e poderosos?
Blurbs
Uma história forte e única, onde a luta pela escolha é rodeada por romance e magia. Uma nova grande voz no género da fantasia portuguesa.
— Joana Aguiar
Uma história envolvente onde a magia e a paixão se entrelaçam a cada página tecendo uma narrativa que captura o coração de um leitor desde o primeiro capítulo. Um livro fascinante repleto de emoções intensas.
— Soraia Couto
A história de Kathryn transportou-me de volta aos livros de fantasia que conquistam desde os primeiros capítulos e deixam saudade na última página. Uma combinação perfeita entre romance e magia!
— Catarina Azevedo
Amostra
Prólogo
Escolhas. Comecei a odiá-las e aprendi a temê-las. Foram as escolhas que me trouxeram até aos portões de Salkire, foram as escolhas que provocaram esta situação e sei que, hoje, as minhas escolhas vão voltar a moldar o rumo da história de Naznir. Curtos momentos de decisão, que atuam como fios de um tecido complexo, podem, todos juntos, criar algo belo ou medonho. Já as minhas escolhas parecem ter o dom de criar algo tão grandioso quanto terrível.
Não é um dia normal em Salkire. As ruas da capital estão desertas e não corre uma única brisa, mas está frio. O som dos cascos do meu cavalo a baterem no chão empedrado é a única coisa que perturba o silêncio. Não se avistam crianças a brincar, ou mulheres às compras, ou vendedores às portas das lojas, ou soldados a patrulhar a área. Vou subindo as ruas inclinadas, mas não vejo o caminho. Na minha mente, vejo antes as duas piras de madeira montadas em frente ao Templo de Aesther a aguardar pelos prisioneiros que serão devorados pelo fogo.
Sem surpresa, assim que me aproximo do largo principal, o som do burburinho de uma multidão excitada magoa-me os ouvidos. Já não estou habituado a estar entre pessoas. Baixo a cabeça para que o capuz do manto me oculte o rosto e serpenteio entre a populaça ali reunida para assistir a mais um Auto de Purificação. O ar tresanda a medo e a curiosidade mórbida.
Ergo o olhar para o topo da escadaria do templo que, juntamente com a do palácio, desemboca na maior e mais central praça da cidade, e lá estão elas, tal como as imaginei. Duas estacas verticais, com a lenha cuidadosamente colocada ao seu redor.
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